JESUS VIOLOU O SÁBADO?

Jesus NÃO violou o sábado, mas violou as regras rabínicas sobre o sábado.

Os rabinos judeus criaram no período pós-exílio a Hallakha, a tradição oral da lei, que depois de terminada e escrita, passou a ser chamada de Mshiná.

A Mishná é a compilação fundamental da Lei Oral Judaica, redigida por volta do ano 200 d.C. pelo Rabi Yehudá HaNassi (Judá, o Príncipe). Ela está organizada de forma sistemática em 6 ordens (Sedarim), cada uma dividida em tratados (Massechtot), que por sua vez se subdividem em capítulos (Perakim) e estes em versículos (Mishnaiot).

As seis ordens eram: 1) sobre sementes; 2) sobre festas; 3) sobre mulheres; 4) sobre danos; 5) coisas sagradas; 6) purezas.

As regras sobre o sábado estavam na 2ª ordem sobre ‘festas e dias sagrados’. Cada tratado tem entre 3 a 30 capítulos. Cada capítulo contém várias mishnaiot (unidades legislativas). Np total eram 63 tratados, 523 capítulos,  e 4.200 mishnaiot.

O Tratado Shabat é o mais longo de toda a Mishná (24 capítulos), justamente porque dedica-se a detalhar o que constitui uma violação de cada uma dessas 39 categorias. O tratado contém centenas, se não milhares, de regras e cenários específicos que fluem das categorias principais.

Foram essas regras que Jesus “violou” porque não tinham valor algum, por não se tratarem dos mandamentos de Deus. Jesus disse sobre esses mandamentos humanos – “Em vão me adoram; seus ensinamentos não passam de regras ensinadas por homens'. Vocês negligenciam os mandamentos de Deus e se apegam às tradições dos homens". Marcos 7:7,8.

Em seis situações Jesus ignorou as regras rabínicas sobre o sábado:

 1. Cura de um Homem com a Mão Resseca

   - Texto: Mateus 12:9-14 (paralelos: Marcos 3:1-6, Lucas 6:6-11)

   - Descrição: Jesus cura um homem com a mão atrofiada dentro da sinagoga, no sábado. Os fariseus O acusam, e Ele pergunta: "É lícito fazer o bem ou o mal no sábado, salvar ou matar?".

 

 2. Cura de uma Mulher Encurvada

   - Texto: Lucas 13:10-17

   - Descrição: Jesus cura uma mulher que estava encurvada há 18 anos, numa sinagoga, no sábado. O líder da sinagoga indigna-se, e Jesus responde chamando-a de "filha de Abraão", que Satanás mantinha presa.

 

 3. Cura de um Hidrópico

   - Texto: Lucas 14:1-6

   - Descrição: Jesus cura um homem com hidropisia (acúmulo de líquidos) na casa de um fariseu, num sábado. Ele questiona: "Qual de vós, se um filho ou um boi cair num poço, não o tirará logo no dia de sábado?".

 

 4. Cura de um Paralítico no Tanque de Betesda

   - Texto: João 5:1-18

   - Descrição: Jesus cura um paralítico no tanque de Betesda em Jerusalém, num sábado, e ordena: "Levanta-te, toma tua cama e anda". Os judeus O perseguem por "violar" o sábado.

 

 5. Cura de um Cego de Nascença

   - Texto: João 9:1-34 (especialmente o versículo 14)

   - Descrição: Jesus cura um cego de nascença misturando saliva com terra e aplicando aos olhos, num sábado. Os fariseus investigam o caso e concluem: "Este homem não é de Deus, porque não guarda o sábado".

 

 6. Os Discípulos Colhem Espigas no Sábado

   - Texto: Mateus 12:1-8 (paralelos: Marcos 2:23-28, Lucas 6:1-5)

   - Descrição: Os discípulos, com fome, colhem espigas para comer num sábado. Os fariseus consideram isso "trabalho". Jesus responde com o exemplo de Davi comendo os pães da proposição e declara: "O Filho do Homem é senhor do sábado".

Jesus não viola o mandamento divino do sábado (Êxodo 20:8-11), mas sim as tradições rabínicas, que haviam acrescentado regras restritivas não previstas na Torá. Suas ações reafirmam o propósito original do sábado: benefício humano, misericórdia e libertação (Marcos 2:27).


MÉTODOS PREDITIVOS MODERNOS: Uma Abominação Contemporânea

Uma série de dez mandamentos (Dt 18:10,11) na Lei de Deus orientam o povo no passado, e a nós hoje sobre o perigo de métodos preditivos. O texto bíblico classifica como “abominação” ou algo que Deus detesta e se enoja em sua prática.

 O mandamento diz – “Que não exista entre vocês ninguém que queime o seu filho ou a sua filha em sacrifício, nem que seja adivinho, prognosticador, agoureiro, feiticeiro, encantador, necromante, praticante de magia, ou alguém que consulte os mortos, pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor” Deuteronômio 18:10-12.

 A proibição divina contra práticas preditivas, como registrada em Deuteronômio, estabelece um princípio eterno: a busca por conhecimento fora do Deus soberano constitui uma rebelião espiritual. A essência daquela condenação não se prende apenas às formas antigas, mas ao espírito de independência e idolatria que as motivava. Hoje, esse mesmo espírito se manifesta em métodos preditivos modernos, que funcionam como abominações contemporâneas, desviando o coração humano da confiança legítima no Criador.

 1. A Astrologia e os Horóscopos Digitais

Os antigos ‘agouros’, agora se veste com roupagem digital. Homens e mulheres, ansiosos pelo futuro, entregam a direção de suas vidas à suposta influência de astros e planetas. Esta é uma idolatria cósmica que nega a soberania d'Aquele que criou e ordena todas as estrelas. Consultar um horóscopo é buscar um destino frio e impessoal, abdicando da confiança no Pai que conhece cada um de Seus filhos pelo nome e tem um plano bom para eles. É trocar a provisão divina por uma informação fatalista escrito nas estrelas.

2. O Tarô e a Cartomancia

Estas são as formas modernas da adivinhação e do prognóstico. Através de cartas e símbolos ocultos, o coração inquieto busca desvendar o amanhã. Cada carta virada é um ato de desconfiança na orientação que Deus prometeu dar. É uma tentativa de invadir o domínio do conhecimento que pertence exclusivamente ao Senhor, buscando luz nas trevas do ocultismo quando Aquele que é a Luz do mundo já se revelou plenamente. É uma busca por certeza em um sistema de mentiras, manipulado pelas “potestades” do mal (Ef 6: 12) e seus “ministros” da trevas (2Co 11:15) rejeitando a certeza que há em Cristo.

3. Os Búzios e a Geomancia

Os búzios representam a encantaria ancestral, uma tentativa de reduzir o Deus infinito a um mecanismo de respostas baseado na queda de conchas ou objetos. Este ritual é a fé substituída pela superstição, o relacionamento com o Pai trocado por um sistema folclórico. Quem joga búzios busca controlar o espiritual através de um ritual, rejeitando o caminho da fé que se submete humildemente à vontade soberana e, por vezes, misteriosa de Deus.

4. A Macumba e os Rituais de Incorporação

A macumba, em suas diversas manifestações, é a necromancia do nosso tempo. Através de rituais, cantos e oferendas, busca-se estabelecer comunicação e obter favores de entidades espirituais. Esta é a consulta aos mortos e aos "guias" explicitamente condenada. É uma apostasia espiritual, uma troca da adoração ao Deus vivo por uma aliança com forças espirituais das trevas. Cada oferenda é um ato de idolatria que rejeita o único sacrifício eficaz, o de Jesus Cristo na cruz.

5. A Bruxaria e a Magia (Branca ou Negra)

A bruxaria, seja ela chamada de branca ou negra, é a feitiçaria declarada. A magia branca, que se disfarça de "benéfica", é tão abominável quanto a negra, pois ambas operam no mesmo princípio: o uso de rituais, palavras ou elementos para manipular forças espirituais e circunstâncias à parte de Deus. É a rebelião em sua forma mais pura, onde o homem se ergue como um deus, tentando amarrar e controlar a realidade através de encantamentos, em vez de suplicar ao Soberano Senhor de todas as coisas.

6. As Simpatias e os Amuletos

As simpatias são a feitiçaria do povo, a magia simplificada para o dia a dia. Seja um copo d'água debaixo da cama, um galho de arruda ou uma fita colorida, estes rituais transmitem a mentira de que objetos e ações possuem poder inerente para mudar sortes e afastar males. Esta superstição é um veneno para a fé, pois ensina o coração a confiar em amuletos e gestos, e não na providência e proteção do Pai celestial. É um evangelho de obras aplicado ao ocultismo.

7. A Quiromancia

A leitura das linhas da mão é o prognosticador que carregamos no corpo. É a presunção de que o destino de uma pessoa está gravado em sua própria carne, e não nas mãos amorosas de seu Criador. Buscar um quiromante é rejeitar a identidade dada por Deus e aceitar uma identidade fatalista determinada por traços físicos. É fechar a mão para receber a bênção que Deus quer dar, para olhar fixamente para as linhas que, supostamente, ditam um futuro sem a intervenção divina.

8. O Ocultismo em Geral

O ocultismo é o guarda-chuva que abriga todas estas práticas. É o mergulho deliberado em um mundo de conhecimentos secretos, símbolos e rituais que Deus expressamente proibiu. É a busca por um poder que não é o poder do Espírito Santo, por uma luz que não é a Luz de Cristo e por uma verdade que não é a Verdade do Evangelho. É uma tentativa arrogante de penetrar nos mistérios divinos por portais proibidos, resultando não em iluminação, mas em cegueira espiritual e escravidão.

Em última análise, todos esses métodos, antigos ou modernos, compartilham a mesma raiz: um coração que, em sua ansiedade e autonomia, recusa-se a descansar no "Segredo do SENHOR" e busca, de forma idólatra e abominável, arrancar o futuro das mãos de Deus para colocá-lo sob seu próprio controle, seja através de cartas, conchas, rituais ou encantamentos.

Fontes:

   KAISER JR., Walter C. Toward Old Testament Ethics. Grand Rapids: Zondervan, 1983.

   STRONG, Augustus H. Teologia Sistemática. São Paulo: Hagnos, 2003.

   WRIGHT, Christopher J. H. Deuteronomy. Peabody: Hendrickson Publishers, 1998.

   Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1998.

   Westminster Theological Journal. "The Condemnation of Pagan Practices in Deuteronomy 18:9-14". Vol. 65, 2003.

OS VOTOS NA BÍBLIA E SEU SIGNIFICADO


O que é um voto na Bíblia — definição e sentido

Um voto (hebraico neder/nedarim) é uma promessa solene feita a Deus, na qual a pessoa se compromete a realizar, oferecer ou abster-se de algo em resposta a uma necessidade, agradecimento ou consagração. É um ato voluntário, religioso e com caráter sério — Deus é testemunha e a Bíblia exige que a palavra dada seja cumprida. 

Tipos / formas de voto encontrados nas Escrituras

                             Votos pessoais de dedicação — promessas de consagrar algo (ex.: dedicar um filho ao serviço do Senhor). (Ex.: Hannah). 

                             Votos de abstinência / nazireato — o caso do nazireu (nazirite): abster-se de vinho, não cortar o cabelo e evitar contato com mortos por um período de consagração (regra em Números 6). Esse era um voto de separação/consagração. 

                             Votos destrutivos ou imprudentes — promessas precipitadas que podem trazer resultados trágicos (ex.: o voto de Jefté). A lei mosaica regula e também limita votos impulsivos. 

Regras legais e avisos bíblicos importantes

                             Regulação legal: A Lei tratou de votos (por exemplo Números 6 para o nazireato; Números 30 regula quando votos de mulheres podem ser anulados por pai ou marido). Essas normas mostravam que votos eram sérios, mas também passíveis de controle social e jurídico. 

                             Cumprimento e seriedade: O AT e o NT enfatizam que, se alguém prometeu, deve cumprir — “quando fizeres voto a Deus, não tardes em cumpri-lo” (Ecl. 5:4) e o louvor àquele que “guarda juramento mesmo que lhe prejudique” (Salmo 15:4). 

                             Cautela de Jesus: No NT Jesus adverte contra juramentos levianos e recomenda que o crente seja simplesmente íntegro: “seja o vosso ‘sim’, sim, e o vosso ‘não’, não” (Mateus 5:33–37). Em outras palavras: melhor não prometer do que prometer e não cumprir. 

                             Votos são sérios. A Escritura trata votos como compromissos que envolvem Deus como testemunha — por isso não devem ser feitos levianamente. (Ecl. 5; Salmo 15). 

                             Melhor cautela do que impulso. Jefté é um aviso contra promessas precipitadas. Faça promessas meditadas e, se prometer, cumpra. 

                             Inteireza diária: Jesus preferiu que sejamos pessoas de tal integridade que não dependamos de juramentos para confirmar a verdade do que falamos — “sim” deve ser “sim”. Isso implica um chamado à honestidade constante, não ao ritual de prometer. 

Ocorrências de Votos na Bíblia

Pentateuco

                1.            Gênesis 28:20–22 — Jacó em Betel

Jacó faz voto: se Deus o guardar e lhe der provisão, o Senhor será seu Deus e ele dará o dízimo.

 Exemplo de voto condicional, ligado à gratidão e dependência.

                2.            Levítico 27 (todo capítulo)

Regulamentação sobre votos de pessoas, animais, casas ou campos dedicados ao Senhor.

Mostra que votos tinham valor econômico e podiam ser resgatados mediante avaliação.

                3.            Números 6:1–21 — O voto do nazireu

Regras para quem quisesse consagrar-se por tempo determinado: não beber vinho, não cortar cabelo, não tocar em mortos.

Um voto de separação e santidade.

                4.            Números 21:1–3 — Israel contra os cananeus

Israel fez voto ao Senhor: se entregasse os inimigos, eles destruiriam totalmente suas cidades. Deus ouviu.

Voto coletivo de guerra, cumprido.

                5.            Números 30:1–16 — Leis sobre votos

Orientações sobre a obrigatoriedade dos votos e possibilidade de anulação por autoridade paterna ou marital.

Reforça a seriedade do voto e a ordem comunitária.

                6.            Deuteronômio 12:11; 23:21–23

O povo deveria cumprir tudo o que fosse prometido ao Senhor.

Advertência: melhor não votar do que votar e não cumprir.

Livros Históricos

                7.            Juízes 11:29–40 — Jefté

Fez voto precipitado: ofereceria em holocausto o que saísse de sua casa ao voltar da vitória. Saiu sua filha.

Exemplo trágico de voto imprudente.

                8.            Juízes 13:5–7 — Anjo anuncia nascimento de Sansão

O menino seria nazireu desde o ventre.

Aqui o voto é divinamente estabelecido, não humano.

                9.            1 Samuel 1:11; 1:24–28 — Ana (Hannah)

Prometeu entregar seu filho ao serviço do Senhor se fosse atendida. Cumpriu com Samuel.

Exemplo de voto de consagração sincera.

                10.         2 Samuel 15:7–9 — Absalão

Disse a Davi que precisava ir a Hebrom pagar um voto ao Senhor, mas usou isso como pretexto para conspirar.

Exemplo de uso hipócrita do voto.

                11.         Jonas 1:16

Os marinheiros, após o mar se acalmar, temeram ao Senhor, ofereceram sacrifícios e fizeram votos.

Votos de estrangeiros reconhecendo o Deus verdadeiro.

Livros Poéticos e Sapienciais

                12.         Salmo 22:25; 50:14; 56:12; 61:5,8; 65:1; 66:13–14; 76:11; 116:14,18

Vários salmos falam de pagar votos ao Senhor, especialmente em contextos de livramento.

Os votos aparecem ligados à gratidão e adoração pública.

                13.         Provérbios 20:25

“Laço é para o homem dizer precipitadamente: É santo! e só refletir depois de fazer o voto.”

Advertência contra fazer votos sem pensar.

                14.         Eclesiastes 5:4–6

“Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo.”

Ressalta a seriedade de cumprir o que se promete.

Profetas

                15.         Naum 1:15

O profeta conclama Judá: “Cumpre os teus votos.”

Reforço profético sobre a fidelidade a promessas feitas a Deus.

Novo Testamento

                16.         Atos 5:1-3 – Ananias e Safira

Esse casal fez um voto dedicando um campo à igreja, mas por sua cobiça, cometeram fraude e as consequências foram fatais. Esse é um exemplo de como Deus leva a sério os votos tomados diante dele.

17.         Atos 18:18 — Paulo em Cencréia

Tendo feito um voto, rapou a cabeça.

Indica cumprimento de voto pessoal, possivelmente nazireu.

                18.         Atos 21:23–26 — Paulo e quatro homens com voto

Paulo participa de rito de purificação com homens que tinham feito votos.

Mostra que a prática continuava no judaísmo do tempo do NT.

                19.         Mateus 5:33–37; Tiago 5:12

Jesus e Tiago advertem contra juramentos e votos precipitados.

O ideal cristão é viver com tanta integridade que não seja necessário jurar.

Resumo da natureza dos votos bíblicos

                             Atos voluntários (exceto em casos especiais como Sansão).

                             Sérios e obrigatórios — envolvem a honra do crente diante de Deus.

                             Motivados por gratidão, necessidade ou consagração.

                             Advertência constante: não fazer de modo precipitado ou hipócrita.

Votos fixos na forma de mandamento

Há alguns votos que são de natureza sagrada porque foram expressos como mandamentos.

1.      Votos Matrimoniais – o casamento é um mandamento e envolve votos que marido e mulher fazem um ao outro. Esses votos são vitalícios e permanentes.

2.      Dízimos e Ofertas – são também mandamentos mas como são recursos pessoais dedicados a Deus, podem ser considerados votos a cumprir.

3.      Votos Batismais – no batismo tomamos votos nos comprometendo com as doutrinas e verdades bíblicas. Esses votos sagrados são tomados diante da igreja como testemunhas de nosso compromisso com Deus.

Citações diretas de Ellen White sobre os votos feitos a Deus:

                1.            Solenidade dos votos

“Quando um homem fizer voto ao Senhor ou fizer juramento, ligando a sua alma com obrigação, não violará a sua palavra; segundo tudo o que saiu da sua boca, fará.” Números 30:1, 2. […] “Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não Se agrada de tolos; o que votares, paga-o. Melhor é que não votes do que votes e não pagues.” Eclesiastes 5:4, 5. — Testemunhos para a Igreja 4, p. 457

                2.            Votos feitos em momentos de consagração

“É quando a luz divina ilumina o mais íntimo do espírito […] que o egoísmo perde sua força sobre o coração, e despertam-se desejos de imitar o Modelo, Jesus Cristo, no exercer beneficência e abnegação. […] E ele faz um voto solene a Deus, como fizeram Abraão e Jacó. Nessas ocasiões acham-se presentes anjos celestes.” — Testemunhos para a Igreja 4, p. 505

                3.            Gravidade de não cumprir os votos

“O plano da benevolência sistemática foi do próprio arranjo de Deus; mas o fiel pagamento das reivindicações de Deus é muitas vezes recusado ou retardado, como se promessas solenes nada significassem. […] Nada senão completa incapacidade de pagar pode justificar alguém de negligenciar atender prontamente às suas obrigações para com o Senhor.” — Testemunhos para a Igreja 4, p. 461

                4.            Advertência contra quebrar promessas

“Alguns de vocês têm estado a tropeçar em suas promessas. […] Sob a inspiradora influência celestial, vocês viram que o egoísmo e o mundanismo não condiziam com o caráter cristão. […] Mas, quando a influência de Seu abundante amor deixou de ser sentida de maneira tão acentuada, vocês retiveram suas ofertas, e Deus retirou de vocês a Sua bênção.” — Testemunhos para a Igreja 5, p. 266

                5.            Exemplo de Ananias e Safira

“O coração de Ananias e o da esposa foram movidos pelo Espírito Santo a dedicar suas posses a Deus. Mas depois de terem feito o voto, recuaram, e determinaram não cumpri-lo. […] Haviam praticado fraude para com Deus, haviam mentido ao Espírito Santo, e seu pecado foi visitado com juízo rápido e terrível.” — Conselhos sobre Mordomia, p. 222

                6.            Responsabilidade dos votos batismais

“Pais, tendes uma igreja em vosso lar […] Mas precisais educar-vos de acordo com vossos votos batismais. Quando fizestes tais votos, vos comprometestes em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo, a viver para Deus, e não tendes o direito de quebrar esse compromisso.” — Testemunhos para a Igreja 4, p. 197-198

“Por seus votos batismais todo membro da igreja se comprometeu solenemente a guardar os interesses dos irmãos. […] Suas palavras e comportamento devem influenciá-los a seguir o exemplo de Cristo na abnegação, no sacrifício e no amor por outros.” — Testemunhos para a Igreja 5, p. 480-490

“Por seus votos batismais, acham-se comprometidos a fazer diligentes, abnegados esforços para promover, nas partes mais difíceis do campo, a obra de salvar almas. Deus tem posto em todo crente a responsabilidade de esforçar-se a fim de salvar os desamparados e oprimidos.” — Evangelismo, p. 282-283

                7.            Votos matrimoniais diante de Deus

“Quando você fez seu voto diante de Deus e dos santos anjos, sabia que nem você e nem seu marido eram perfeitos; isto não é, pois, desculpa para quebrar os votos matrimoniais. […] Devo dizer-lhe que você não pode quebrar seus votos matrimoniais e sentir-se sem culpa diante de Deus.” — Testemunhos Sobre Conduta Sexual, Adultério e Divórcio, p. 50

“O casamento é um contrato por toda a vida. […] Os votos ligam os destinos de duas pessoas com laços que coisa alguma senão a mão da morte deve desatar.” — Testemunhos Seletos 1, p. 576

“A esposa deve respeitar e obedecer, mas se ela terminantemente se recusa a preservar os votos matrimoniais, tornar-se-á mais e mais o joguete das tentações satânicas. […] Natureza permanente dos votos matrimoniais — Irmão D, você tem-se sentido aterrorizado com a violência de sua esposa, mas o caminho que deve seguir é a reta vereda da verdade, justiça e sabedoria.” — Testemunhos Sobre Conduta Sexual, Adultério e Divórcio, p. 70

Ellen White deixa claro que os votos a Deus são solenes compromissos espirituais, e quebrá-los é considerado pecado grave. Ela os aplica a diferentes áreas: ofertas, votos matrimoniais, votos batismais e até mesmo promessas feitas em momentos de consagração.

Santidade dos votos e consciência diante de Deus

“Há muitos votos negligenciados e promessas por pagar, e no entanto quão poucos sentem a consciência turbada por causa disso! […] A consciência precisa ser despertada, e examinar-se o assunto com diligente atenção; pois no último dia ter-se-á de prestar contas a Deus, e Seus direitos serão apurados.” — Testemunhos Seletos 1, p. 501-502

Negligência em cumprir compromissos com Deus

“É porque membros da igreja negligenciam devolver seus dízimos e cumprir seus votos que nossas instituições não estão livres de dificuldades. […] Nada senão completa incapacidade de pagar pode justificar alguém de negligenciar atender prontamente às suas obrigações para com o Senhor.” — Testemunhos para a Igreja 4, p. 461

Responsabilidade da igreja diante dos votos

“A Igreja é responsável pelos compromissos de seus membros individuais. Uma vez que vejam que um irmão está negligenciando cumprir seus votos, devem trabalhar bondosa e claramente com ele. […] Deus quer que os membros de Sua igreja considerem seus compromissos para com Ele tão obrigatórios como as dívidas que tenham no comércio.” — Testemunhos Seletos 1, p. 553

Conclusão

Os votos são poderosas ferramentas para alcançar a intervenção Divina e Seu poder em determinadas situações. São experiências mais profundas com Deus; relações mais próximas. Mas ao mesmo tempo exigem seriedade e compromisso em cumprir esses votos.

 

 

 

A ALIANÇA DE DEUS COM OS HUMANOS

A Aliança Eterna foi estabelecida em Gn 3 vs15 e 21, baseada no Descendente que viria de Eva; esse Descendente desfaria a aliança que os humanos procuraram com o Dragão, a antiga serpente que se chama Diabo e Satanás (Ap 12:9). A palavra "alaiança" aparece 26 vezes no Gênesis, sendo a primeira menção em Gn 6 v18.

Foi no Gênesis que essa aliança Eterna foi estabelecida pela 1ª vez e foi baseada no sangue de um cordeiro (Gn 3 v21) cordeiro que também vestiu Adão e Eva, simbolizando o princípio da justiça pela fé, no Cordeiro de Deus, Jesus (Ev de João cap.3 v29).

O Livro da Aliança

No Livro do Êxodo a palavra a alainaç se dimensiona. O Nome desse livro em hebraico é שְׁמוֹת (Shemot), que significa "Nomes". Esse título vem da primeira palavra do livro no texto hebraico original. O Significado mais contextualizado é que shemot  ou Nomes, se Refere à lista dos nomes dos filhos de Jacó (Israel) feita nos primeiros versos; é uma lista dos que desceram ao Egito, marcando a transição do Gênesis para o Êxodo.

É no grego ξοδος, que Êxodo tem o sentido de "saída". O título em português vem da tradução grega da Bíblia (Septuaginta) e destaca o evento central do livro: a libertação do povo de Israel da escravidão no Egito. Sendo assim, para os hebreus o nome desse livro é Shemot; e para os estrangeiros, a partir do NT, chamaram de êxodos. Em Hebraico (Shemot) tem o Foco na identidade do povo de Israel (os "nomes").

Mas se pudéssemos resumir o livro de Shemot ou Êxodo em uma palavra seria Aliança. Essa palavra aparece 13x nesse livro. A palavra "aliança" (בְּרִית, berit) em Êxodo 2:24 aparece em um contexto teológico fundamental no livro de Shemot (Êxodo). O versículo declara que Deus "ouviu o gemido" dos israelitas e "lembrou-se da sua aliança com Abraão, Isaque e Jacó". Essa menção não é casual, mas estabelece a base para o desenvolvimento do tema da aliança em todo o livro do Êxodo. No capítulo 24 vs7-8 contém duas menções explícitas, incluindo o "sangue da aliança" (dam habberit), um conceito central que ecoa na Nova Aliança (em Lucas 22:20). E o capítulo 34 se destaca-se com 5 ocorrências da palavra berit (aliança), enfatizando a renovação da aliança após a aposta sia de Israel.

A palavra berit (aliança) tem raízes antigas no Oriente Próximo, onde acordos solenes entre partes eram estabelecidos, muitas vezes com rituais de sangue (como em Gênesis 15). No contexto bíblico, berit não é um mero contrato, mas um compromisso divino irrevogável, estabelecido por iniciativa de Deus. Em Shemot, no Êxodo, essa aliança é apresentada como um fio escarlate condutor que liga as narrativas patriarcais (Gênesis) à libertação do Egito e à constituição de Israel como povo de Deus.

A Função da Aliança no Êxodo é uma Continuidade com os Patriarcas. A referência à aliança em Êxodo 2:24 vincula a opressão no Egito às promessas feitas a Abraão (Gn 15:13-14), mostrando que o êxodo é o cumprimento do pacto divino. Deus não age por capricho, mas por fidelidade ao seu juramento (Êx 6:8). O ápice da aliança em Shemot ou no livro de Êxodo, ocorre no Sinai (capitulo 19), onde Israel é formalmente constituído como povo pactuado. A libertação do Egito (Êx 20:2) é o prólogo histórico que legitima a exigência de lealdade ("obedecerás à minha voz"). O êxodo e a aliança são inseparáveis: a graça precede a lei.

A cerimônia da aliança no Sinai (cap. 24:3-8) com sangue aspergido sobre o altar e o povo, reforça o caráter vinculante do pacto. O sangue simboliza vida e expiação (como depois no Tabernáculo), antecipando o sistema sacrificial. Esse ritual ecoa tradições antigas de tratados, mas com singularidade teológica:Israel é a nação súdita mas Deus é o soberano que estabelece os termos.

Em Gênesis, a aliança é incondicional (Gn 3 v21 Deus vêm até os humanos), focada no Descendente. Em Êxodo, a aliança no Sinai é condicional ("se ouvires a minha voz", Êx 19:5), com obrigações mútuas, embora fundamentada na graça prévia do Gênesis.

A aliança em Shemot não é apenas um conceito jurídico, mas uma relação de intimidade: Deus liberta para que Israel seja "propriedade peculiar, reino de sacerdotes" (Êx 19:6). Isso prefigura a nova aliança em Cristo (Jr 31:31-34), onde a lei é internalizada pelo Espírito. O Tabernáculo (construído após o Sinai) simboliza essa relação: Deus habita no meio do povo, mas a aliança exige santidade (Êx 25:8; 29:45-46).

A Aliança Noédica

A primeira renovação significativa da aliança após a aliança eterna estabelecida com Adão (Gn 3:15,21) foi a renovação da aliança com Noé (Gn 9:11), nesse texto é a primeira vez que o termo “aliança” aparece nas Escritruas. Descrita como o Pacto da Graça Comum (Gn 8:20–9:19). Este acordo, simbolizado pelo arco-íris, reflete a misericórdia divina ao preservar a criação, garantindo a estabilidade das estações, a proteção contra a destruição total e a continuidade da vida humana e animal . Em Gn 9:12-17 a ênfase é o sinal da aliança. Se na primeira versão da aliança, o sinal era o cordeiro morto; nessa o sinal é o Arco-Íris; na versão da aliança no Sinai, o sinal será o sábado. Diferentemente do pacto adâmico, quebrado pela desobediência, a aliança noética é universal, abrangendo toda a humanidade e a ordem natural, demonstrando a graça comum de Deus sobre justos e ímpios . 

A Aliança Abraâmica

Em Gn 12:3 está o fundamento da aliança abraâmica – “Em você serão benditas todas as famílias da terra”. A benção que viria através da descendência de Abrão era o Descendente de Gn 3:15, o Messias prometido. A aliança com Abraão é desenvolvida em todo o relato de sua vida (Gn 12, 15, 17, 22) e marca um ponto crucial na história da redenção. Em Gênesis 15, Deus estabelece unilateralmente o pacto, passando sozinho entre os animais divididos – um ato que simboliza Sua disposição de assumir as consequências da quebra da aliança. Em Gênesis 17, o foco se expande para uma dimensão multinacional, onde Abraão é designado "pai de muitas nações”. A circuncisão torna-se o sinal dessa aliança, não apenas como marca étnica, mas como símbolo de consagração ao Deus que cumpre promessas mesmo diante da impossibilidade humana. A obediência de Abraão no sacrifício de Isaque (Gn 22) confirma sua fé e prefigura o sacrifício de Cristo, o descendente prometido que traria benção a todas as nações.

A Aliança com Isaque

A aliança com Isaque não é introduzida como um novo pacto, mas como uma renovação e continuidade das promessas feitas a Abraão (Gn 26:2–5). Isaque, filho da promessa, vive uma existência marcada pela submissão – seja no quase-sacrifício, seja em sua postura pacífica diante de conflitos pelos poços em Gerar . Sua vida ilustra a fidelidade de Deus em preservar a linhagem da aliança, mesmo em meio à esterilidade de Rebeca e às tensões familiares entre Jacó e Esaú .

A Aliança com Jacó

Com Jacó, a aliança é reafirmada em Betel (Gn 28:10–22), onde Deus repete as promessas de terra, descendência e benção universal, agora associadas à presença divina: "Eu estou contigo" . A transformação de Jacó em "Israel" após o encontro com o Anjo do Senhor (Gn 32) revela um aspecto dinâmico do pacto: Deus molda Seus instrumentos, mesmo em suas imperfeições. A narrativa de Jacó enfatiza a soberania divina em cumprir promessas independentemente da fraqueza humana, como visto no engano de Esaú e na posterior reconciliação dos irmãos . 

A Aliança do Sinai

Por fim, a aliança no Sinai (Êx 19–24) estabelece um marco na relação entre Deus e Israel, formalizando a lei como padrão de vida para um povo redimido. Diferente dos pactos anteriores, este possui um caráter condicional—"Se diligentemente ouvirdes a minha voz..." (Êx 19:5) – mas está enraizado na graça, pois Israel já havia sido liberto do Egito antes de receber os mandamentos . A aliança do Sinai, tinha um mediador, Moisés, e um sistema sacrificial elaborado, apontando para a necessidade de expiação e antecipa a Nova Aliança, baseada no sangue do Messias.

A Aliança com os Profetas

A renovação da Aliança com os profetas é talvez a mais significativa porque é desenvolvida em diversos aspectos, com os vários profetas. A mais destacada ocorre nas palavras de Jeremias, onde a promessa é que a lei seria inscrita nos corações (Jr 31:31–34). Esse artigo nessa renovação da aliança eterna é fundamental para entendermos como ocorre o trato de Deus com Seu povo através da Lei. É uma das promessas mais norteadoras nos termos da aliança eterna, que diz – “Eis que dias vêm, diz o Senhor, em que farei uma aliança nova com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porque eles invalidaram a minha aliança apesar de eu os haver desposado, diz o Senhor. Mas esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. E não ensinará mais cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o Senhor; porque lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados.” Jeremias 31:31-34. A lei já vinha sendo escrita no coração dos crentes do AT, mas na nova aliança ela ganharia força, pela efetividade do sangue de Cristo e seu papel mediador.

A Nova Aliança no Livro de Hebreus

A carta aos Hebreus apresenta a Nova Aliança como o cumprimento e a consumação de todas as alianças anteriores, estabelecendo Cristo como o mediador definitivo de um pacto superior, fundamentado em melhores promessas. O autor, escrevendo a uma comunidade familiarizada com o Antigo Testamento, contrasta a antiga economia sacrificial com a obra perfeita de Jesus, demonstrando que a Nova Aliança não apenas suplanta a aliança cerimonial, mas também realiza plenamente as promessas feitas aos patriarcas. 

É bom clarificar que as antigas alianças e a nova aliança se diferem apenas no sangue exigido pela eterna aliança. Os antigos formatos da aliança se utilizavam de sangue animal; a nova aliança se torna efetiva se apropriando do sangue do Descendente prometido em Gn3:15, o sangue de Cristo.

O argumento central de Hebreus é que a Nova Aliança, anunciada por Jeremias (Jr 31:31–34), foi inaugurada por Cristo, o sumo sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque (Hb 7–10). Enquanto a antiga aliança dependia de sacrifícios repetidos e de um sacerdócio levítico imperfeito, a Nova Aliança é sustentada por um único sacrifício—o de Cristo—, que obtém eterna redenção. O autor enfatiza que o sangue de animais jamais poderia remover pecados de forma definitiva (Hb 10:4), mas o sangue de Cristo, oferecido uma vez por todas, purifica a consciência do pecador e concede acesso direto a Deus (Hb 9:12–14). 

Uma das características distintivas da Nova Aliança, conforme exposto em Hebreus, é a interiorização da lei; que é o cumprimento da promessa feita em Jeremias 31:31-34. Enquanto o pacto do Sinai era escrito em tábuas de pedra, a Nova Aliança inscreve a lei no coração (Hb 8:10), operando uma transformação espiritual que capacita o crente a viver em obediência. Essa interiorização é obra do Espírito Santo, que testifica da eficácia do sacrifício de Cristo e aplica seus benefícios ao crente. Além disso, a promessa de perdão total—"não me lembrarei mais de seus pecados" (Hb 8:12)—assegura uma reconciliação permanente, contrastando com a repetição anual de expiação no Dia da Propiciação. 

O papel de Cristo como mediador é outro aspecto crucial. Enquanto Moisés foi o mediador da antiga aliança (Hb 9:19–20), Jesus é o mediador de um pacto superior, baseado em melhores promessas (Hb 8:6). Sua mediação não se limita a um tabernáculo terreno, mas adentra o santuário celestial, onde Ele intercede continuamente por seu povo (Hb 7:25). Essa mediação eterna garante segurança aos crentes, pois repousa não em sua própria fidelidade, mas na fidelidade de Cristo, o fiador da aliança (Hb 7:22). 

Por fim, Hebreus destaca a consumação escatológica da Nova Aliança, apontando para a segunda vinda de Cristo, quando a redenção será plenamente realizada (Hb 9:28). Enquanto isso, os crentes vivem na tensão entre o "já" e o "ainda não"—desfrutando dos benefícios da Nova Aliança, mas aguardando a manifestação final do reino de Deus. A exortação a perseverar na fé (Hb 10:19–25) surge como resposta natural a essa realidade: se a antiga aliança exigia obediência sob pena de maldição, a Nova Aliança concede o Espírito para que os eleitos permaneçam firmes até o fim. 

Paulo finaliza sua carta explicitando – “Jesus, o Mediador de uma nova aliança, e ao sangue da aspersão, que fala melhor do que o de Abel” Hebreus 12:24.

As alianças com os patriarcas e Moisés revelam um Deus que age progressivamente na história, mantendo Sua fidelidade mesmo diante da infidelidade humana. Desde a graça comum de Noé até a lei do Sinai, cada pacto prepara o caminho para a plena revelação em Cristo, que cumpre e transcende todas as alianças anteriores, unindo-as em Seu sacrifício definitivo .

Em síntese, Hebreus apresenta a Nova Aliança como o ápice da revelação divina, superando as limitações dos pactos anteriores e estabelecendo uma relação permanente entre Deus e seu povo. Cristo, como sacerdote, sacrifício e mediador, é o centro dessa aliança, que não apenas cumpre as promessas do Antigo Testamento, mas as eleva a uma dimensão eterna e celestial. A Nova Aliança, portanto, não é uma mera atualização da antiga, mas uma realidade qualitativamente superior, fundamentada na obra consumada de Cristo e aplicada pelo Espírito Santo àqueles que creem.

Conclusão

A Aliança Eterna e suas renovações seguem o formato do contrato do casamento entre um homem e uma mulher. A imagística de Deus como Marido (Is 54:5; Os 2:16) e a Igreja sendo a esposa é muito explorada (Ef  5:32; Ap 19:7).

Assim como uma relação conjugal, o casamento não é desfeito por erros e falhas de nossa parte. Deus se mantem fiel, honra Sua parte e luta por se manter em relacionamento conosco. Deus é Fiel.

Ele diz nesse contexto - "Com amor eterno te amei. também com amável benignidade te atraí" Jr 31:3. A nossa parte nessa aliança, é dizer sim a Deus.

Diga agora, sim a Deus; aceite a Jesus Cristo, o Noivo, como o Salvador em sua vida.


YAHWEH TENTADO DEZ VEZES

 Em Números 14:22 Deus diz – “dez vezes puseram à prova a minha paciência e não quiseram me obedecer”. Deus se referia ao povo de Israel, aquela geração que saiu do Egito e era obstinadamente desobediente e murmuradora. 

Essa declaração é feita por Deus no episódio do relatório dos espias (Nm 13–14), quando Israel, diante da terra prometida, se rebela e deseja voltar para o Egito. 

A expressão "dez vezes" aponta para momentos críticos em que Deus operou maravilhas, grande sinais e milagres, e mesmo diante de evidências grandiosas, o povo murmurava.

Foram dez eventos específicos de murmuração desde o Êxodo até aquele momento e que marcaram o relacionamento de Yahweh com aquela geração. O limite da misericórdia Divina foi extrapolado, e eles castigados em permanecer 40 anos no deserto e não entrar na Terra Prometida, porque rejeitaram fazer isso. 

As possíveis "Dez Tentações" de Israel que impuseram a Yahweh foram as seguintes: 

   1. Murmuração antes de sair do Egito (Ex 14:12) o povo não queria deixar a escravidão. Pediram para não os tirar do Egito.

 2. Murmuração no Mar Vermelho (Êxodo 14:11). São sarcásticos ao dizer que vão morrer no deserto mas preferiam morrer no Egito.

3. Águas amargas de Mara (Êx 15:22-24).

4. Fome no deserto (Êx 16:13 – pedindo pão). 

 5. Coletar maná no sábado (Êx 16:27-28). 

 6. Sede em Refidim (Êx 17:3,7). 

 7. Bezerro de ouro (Êx 32). 

 8. Murmuração geral (Números 11:1–3).

 9. Ânsia por comer carne (Nm 11:10). 

 10. Rejeição de Canaã (Nm 14:2 – relatório dos espias). 

Conclusão: 

 Esses textos mostram que a rebeldia persistente endurece o coração (Hb 3:7-19). 

 Deus considera a incredulidade como uma "tentação" contra Ele (Sl 95:89). 

 No NT, Paulo usa esse evento como advertência (1Co 10:9,10). 

O CÂNTICO DE MOISÉS E O CÂNTICO DO CORDEIRO

O Cântico de Moisés em Êxodo 15 é um dos textos mais teologicamente ricos do Antigo Testamento. Mais do que uma simples celebração pela travessia do Mar Vermelho, este poema é uma declaração litúrgica da realeza de Yahweh, que triunfa sobre as forças do caos e estabelece Seu domínio sobre a criação e a história; e o cântico ainda tem projeções proféticas no Apocalipse.

O cântico que está nos vs1-19, divide-se em duas partes principais: 1. A vitória sobre o Egito (vs1-12) – Um relato poético da destruição do exército de Faraó. E a 2ª parte é a proclamação do reinado de Yahweh (vs13-18) – Uma antecipação da conquista de Canaã e do santuário divino. 

O poema segue a estrutura de um hino de guerra antigo, semelhante aos textos ugaríticos, mas com uma teologia distintamente israelita. A linguagem é intencionalmente cósmica, apresentando Yahweh como um guerreiro divino que domina até as forças primordiais do caos. Essa imagem do guerreiro divino aparecem em Apocalipse 6 v1 e Apocalipse 19 vs11-15. 

O afogamento do exército egípcio não é apenas um evento histórico, mas uma recriação da narrativa de Gênesis 1, onde Deus vence as águas do caos: o v7 diz "Lançaste no abismo os que se levantaram contra Ti; com Teu furor os consumiste como palha". O motivo do combate cósmico (Yahweh vs. o mar/ que representa a divindade egípcia Rá-Hórus) ecoa mitos cananeus, mas é reinterpretado para mostrar a supremacia do Deus de Israel. O Egito, no contexto apocalíptico é o inimigo número um de Yahweh, a primeira das sete cabeças do Dragão (Ap 12:3); e Yahweh o enfrenta em seu habitate, o abismo, o fundo do oceano, o mar de onde ele geras as bestas. 

O mar, na mentalidade antiga, simbolizava o caos primordial, e ao dividir o Mar Vermelho, representa a soberania divina e o poder de Yahweh como Criador. O mar, na tradição hebraica, e na imagística do Apocalipse, simboliza as forças hostis; o Dragão é uma serpente marinha. Isaías 27 v1 diz que “Naquele dia o Senhor... o Leviatã, serpente veloz, Leviatã, serpente tortuosa; e matará o monstro que está no mar.” O Egito sendo afogado no mar, é um prenúncio para a Besta do Mar e a Besta do Abismo, de que seu fim será o Lago de Fogo (Ap 20 v10).

O cântico não termina com a destruição do Egito, mas com uma visão escatológica: "Tu os levarás e os plantarás no monte da Tua herança... Santuário, ó Senhor, que as Tuas mãos estabeleceram" (v17). Essa visão é ampliada em Apocalipse 20 v4 – “Vi tronos, e nestes sentaram-se aqueles aos quais foi dada autoridade para julgar. ... e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos”. Esses tronos estão no Santuário Celestial, e ali os justos julga-rão os seus inimigos, e os condenarão ao fogo eterno, a extinção eterna.

Este trecho antecipa a conquista de Canaã e a construção do Templo, mostrando que o Êxodo não é um fim em si mesmo, mas o início de um projeto teocrático. 

Essa última parte do cântico de Moisés é uma liturgia de entronização, onde Yahweh é proclamado rei não apenas sobre Israel, mas sobre todas as nações; não foi composto apenas para registro histórico, mas para uso cultual. A linguagem do "temor" no v16, ecoa em textos como Josué 2:9-11, onde as nações reconhecem o poder de Yahweh. Vários salmos, como o 77 e o 106, e até o livro de Apocalipse (Ap 15 vs2,3) o retomam, mostrando sua centralidade na memória litúrgica de Israel. 

O Cântico de Moisés aqui em Êxodo 15 e o Cântico do Cordeiro em Apocalipse 15, tem conexões teológicas; repre sentam dois momentos cruciais na narrativa bíblica: o primeiro, uma celebração da libertação histórica do Egito; o segundo, uma proclamação escatológica da vitória final de Deus sobre o Dragão, a Besta do Mar e o Falso Profeta. Embora separados por séculos, esses hinos compartilham uma teologia profundamente conectada, revelando a continuidade do plano redentor de Deus. 

Êxodo 15:1-19, já vimos, é O Cântico da Libertação do Egito. Apocalipse 15 vs3,4 é O Cântico da Vitória Escatológica. Os vencedores da Besta do Mar, celebram diante do trono de Deus. 

No v3 Deus é declarado como Rei das Nações. Justiça e verdade divinas são manifestadas no juízo (v4). E a  Adora ção universal ao Cordeiro é celebrada (v4). Este cântico reescreve Êxodo 15 à luz da vitória de Cristo, mostrando que o Êxodo foi um prelúdio da vitória de Jesus sobre os poderes finais – o Dragão a Besta e o Falso Profeta. 

A linguagem de "justos e verdadeiros" (v3) ecoa a fidelidade de Yahweh no Êxodo, agora cumprida em Cristo.

Nos dois cânticos, Yahweh/Jesus são como Guerreiros Divinos. Êxodo 15:3: "O Senhor é guerreiro; Senhor é o Seu nome." Em Apocalipse 15:3: "Grandes e maravilhosas são as Tuas obras, Senhor Deus Todo-Poderoso! Justos e verdadeiros são os Teus caminhos, ó Rei das nações!" 

Ambos os textos apresentam Deus como um vencedor cósmico. No Êxodo, Ele derrota Faraó; no Apocalipse, Ele triunfa sobre a Besta. A diferença é que, em Apocalipse, o Cordeiro (Cristo) compartilha essa vitória, cumprindo o papel de guerreiro-redentor (Ap 5:6-10). O tema do "Deus guerreiro" é central na tradição israelita e é reinterpreta do cristologicamente no NT. 

Em Êxodo 15: O mar é o instrumento do juízo sobre o Egito.  Em Apocalipse 15 “mar de vidro, misturado com fogo” lembra o Mar Vermelho, e os juízo de fogo e enxofre.

Em ambos os casos, Deus age de forma sobrenatural para destruir Seus inimigos. No Êxodo, as águas representam o caos vencido; no Apocalipse “o mar de vidro misturado com fogo, evoca o Lago de Fogo e enxofre de Apocalipse 20 v10. 

O juízo no Êxodo é um mini juízo para o juízo final escatológico. 

Em Êxodo 15 vs14-16: As nações tremem diante de Israel. Em Apocalipse 15:4 é dito que "Todos os povos virão e Te adorarão." 

O Êxodo assim, antecipa um reino teocrático, enquanto o Apocalipse revela seu cumprimento na Reino Eterno. A diferença é que, em Cristo, a adoração não se limita a Israel, mas abrange todas as nações. 

No Êxodo temos uma das primeiras batalhas do Grande Conflito, não plenamente realizada, e no Apocalipse, temo o Armagedom (Ap 16 v16), a última batalha.

No Êxodo, o tabernáculo é prometido (cap.15:17); no Apocalipse, o templo celestial é aberto (cap.15 v5). 

O Êxodo prepara o caminho para a missão às nações; e o Apocalipse finaliza a conquista e salvação das nações. 

Êxodo 15 celebra Deus libertando Israel do Egito. Apocalipse 15 celebra Cristo libertando a humanidade do pecado e da morte. 

Assim Apocalipse 15 é uma "releitura escatológica" de Êxodo 15. Um Único Cântico, Duas Fases da Redenção. 

O cântico de Moisés termina com a declaração – “O Senhor reinará por todo o sempre” v18; o Apocalipse termina descrevendo – “Os seus servos o adorarão,contemplarão a sua face, e na sua testa terão gravado o nome dele... e reinarão para todo o sempre” Ap 22 vs3,5.

Conclusão

Os dois cânticos não são independentes, mas elos da mesma cadeia redentora.

A Bíblia não é uma coleção de histórias desconexas, mas uma narrativa unificada, onde o Êxodo prenuncia o Apocalipse, e o Cordeiro cumpre o que Moisés começou.

AS PRAGAS DO EGITO E OS FALSOS DEUSES


As pragas do Egito (Êxodo 7-11) tinham vários propósitos:

1) Convencer a Faraó, o rei do Egito, a libertar o povo de Israel da escravidão - Ex 6:1
2) Castigar os egípcios pelo mal imposto ao povo de Deus e aos crimes cometidos contra eles - Ex 6:29 
3) Destruir a religião idólatra egípcia e a mentira que acreditavam - Ex 10:2
4) Desacreditar o povo sobre os falsos deuses; e aos espíritos maus, atrás deles - Ex 9:14
5) Demonstrar aos egípcios a grandeza de Yahweh e a superioridade aos falsos deuses Ex 12:12up
6) Demonstrar ao povo de Israel a grandeza de Yahweh - Ex 6:6,7
7) Divulgar a toda à Terra que Yahweh é o único e verdadeiro Deus - Ex 9:14

Os principais deuses daquele povo foram humilhados pelos juízos de Yahweh. 
O tipo de praga que Deus trouxe sobre o Egito, era direcionado para destruir a fé do povo nesses falsos deuses. 

1. Água transformada em sangue, o deus atingido foi Hapi (deus do Nilo e da fertilidade). 
Também foi desacreditado Khnum (guardião do Nilo) e Osíris (cujo sangue era associado ao Nilo). 

2.na praga das Rãs, a deusa atingida foi Heket (deusa da fertilidade com cabeça de rã). 

3. Na praga dos Piolhos o deus atingido foi Geb (deus da terra, onde os piolhos surgiram). 

4.na praga das Moscas, Khepri (deus com cabeça de besouro, associado a insetos) foi desacreditado; outra deusa era Uatchit (ligada a moscas e proteção). 

5. No juízo da Peste nos animais, Hathor (a deusa-vaca) e Ápis ( o deus touro sagrado de Mênfis) foram anulados.  

6. No juózo das Úlceras, Sekhmet (deusa da cura e das pragas) foi anulada; também Isis e Thoth (deuses da medicina) foram desacreditados. 

7. No juízo da Chuva de granizo os deuses atingidos foram Nut (deusa do céu) e Set (deus das tempestades); Shu (deus do ar) também foi anulado. 

8. na praga dos Gafanhotos, os deus atingidos foram  Senejem (deus protetor das colheitas) e Osíris (associado à fertilidade agrícola). 

9. No juízo das Trevas os deuses atingidos foram Rá (deus do sol) e Hórus (deus do céu e da luz); Aton (o disco solar) e Thoth (deus da lua e da sabedoria) também foram humilhados. 

10. No juízo da Morte dos primogênitos (Êx 11:1–12:36) o deus atingido foi Faraó (considerado a encarnação de Hórus e filho de Rá); também desacreditou Meses (deusa protetora das crianças) e Ptah (criador da vida).

As pragas do Egito nos ajudam a entender as pragas apocalípticas. O relato dessas pragas no livro do Êxodo ainda tipificam a obra de Deus em destruir a idolatria da Babilônia Espiritual - a doutrina romana e o Vaticano.


REBORN – MODISMO OU SINTOMAS?

Você já deve estar informado sobre a moda e a polêmica dos “bebês reborn”. Mas se não ouviu tudo, vamos a uma rápida atualização.

O PONTO DE VISTA HISTÓRICO

A expressão "reborn", que significa "renascido" em inglês, é utilizada no contexto dos "bebês reborn" para descrever bonecas artesanais hiper-realistas que se assemelham a bebês humanos. O termo reflete o processo de transformação de uma boneca comum em uma peça única e detalhada, conferindo-lhe uma nova "vida" por meio de técnicas artísticas meticulosas. [Revista Exame]

A prática de criar bonecas realistas remonta à Segunda Guerra Mundial, quando, devido à escassez de recursos, mães reformavam bonecas antigas para presentear seus filhos. Essa atividade foi o embrião do que viria a ser conhecido como "reborn" . [UniDoll]

Na década de 1990, nos Estados Unidos, artistas e colecionadores começaram a aperfeiçoar essa técnica, transformando bonecas de vinil em representações mais realistas de bebês. O processo, denominado "reborning", envolve várias etapas detalhadas, como pintura em camadas para simular a pele humana, implantação de cabelos fio a fio e adição de características como veias e manchas .

O termo "reborn" passou a ser associado não apenas ao processo de criação, mas também às próprias bonecas resultantes desse trabalho artístico. Hoje, os "bebês reborn" são utilizados para diversos fins, incluindo colecionismo, uso terapêutico em casos de luto ou demência, e como ferramentas em treinamentos médicos.

Mas o assunto virou polêmica porque muitas pessoas estão comprando esssas bonecas, que são muito caras, e tratando esses objetos como se fossem bebês reais, e encenando uma maternidade fictícia. E como se não bastasse, as pessoas esperam que as pessoas que estão ao redor, entrem nessa "encenação" agindo como se houvesse ali um bebê de verdade.

Algumas "mães de bebê reborn" estão levando as bonecas de silicone para serem atendidas em hospitais, simulando doenças naquelas bonecas. Há histórias dessas e casos variados. E isso tem causado surpresa na sociedade e chamado a atenção da mídia; as redes sociais, criaram 'memes' e tornaram a situação em um fenômeno viral.

 O PONTO DE VISTA DA PSICOLOGIA

A psicóloga Daniela Bittar, especialista em luto perinatal, em uma entrevista a BBC Brasil, explica que “o uso das bonecas pode se tornar um problema quando se desenvolve um apego excessivo (...)Embora faltem dados para avaliar se este é realmente o cenário, a psicóloga considera que é uma possibilidade”. "Nós vivemos uma sociedade muito opressora, principalmente se a gente for pensar no feminino e na maternidade. Então, será que nós estamos buscando relações em que não tem uma investida do outro? Relações onde eu me relaciono completamente no controle?"

 "Esses bebês reborn, apesar de trazerem a sensação sensorial de um bebê, eles não se relacionam de volta. A relação só tem uma via. Bittar, propõe uma reflexão sobre o que o aumento de vínculos com bonecas e outras formas não humanas pode estar revelando. Talvez vivamos em um mundo onde ninguém olha mais para o outro, em que as pessoas se sentem tão solitárias que começam a se relacionar com formas não humanas."

 “Bittar cita exemplos que vão além dos bebês reborn: homens que se relacionam com bonecas, pessoas que tratam a inteligência artificial como melhor amiga, mulheres que têm Alexa como confidente. No Japão, as bonecas até falam. Existem hotéis em que, em vez de encontrar uma acompanhante, o homem vai a um quarto onde está uma boneca que fala, responde, interage — mas ainda é uma boneca. E os bebês reborn agora entram nisso. Bittar ainda diz - "Eu ainda tenho dúvidas se estamos diante de um fenômeno coletivo, uma distorção midiática ou se realmente há mulheres tratando essas bonecas como filhos. O controle total sobre esse tipo de relação seria parte do apelo. Quando me relaciono com uma forma não humana, eu estou no controle. Posso projetar amor, posso evitar a rejeição. Crio uma ilusão. Um cenário de fantasia em que finjo, inclusive, que estou sendo amada." [BBC]

 O PONTO DE VISTA DAS ESCRITURAS

O ser humano não está em uma ascensão moral, espiritual ou física; estamos em uma degeneração causada pelo pecado. O conceito de pecado indica uma degradação também nos relacionamentos humanos.

As escrituras postulam que – “todos pecaram e carecem da glória de Deus” Rm 3:23. Desde Eva, a primeira a pecar, estamos em um espiral de corrupção do caráter, personalidade, temperamento e emoções. Perdemos a perfeição da imagem e semelhança com o Criador (Gn 1:26pp). Se houve períodos de “iluminismo” é porque Jesus, “A Luz do Mundo” trouxe conhecimento e transformação aos humanos.

Sendo assim, cada era da história humana houveram sintomas dessa degradação do gênero humano. Períodos da idade média baixa foram caracterizados por crendices e crenças absurdas; na idade média, a perseguição e morte entre cristãos; na idade média alta a idolatria no cristianismo. As guerras, genocídios, holocausto, exploração de crianças e mulheres etc – todos são sintomas dessa degeneração humana.

Esses eventos eram resultado do egoísmo, orgulho, ira, desafeto, inveja – todas características do seres humanos pecaminosos. O cristianismo traz a solução no conceito de que Deus transforma os humanos, e os restaura “à imagem e semelhança” de Deus novamente (João 3:5-7 e 16). É o conceito de renascimento espiritual (curiosamente em inglês ‘reborn’).

 O DIAGNÓSTICO DO SINTOMA REBORN

O que vemos hoje com essa “onda de bebês de silicone”, é uma característica de pessoas que não querem a responsabilidade da maternidade, o incômodo da gravidez, e de noites mal dormidas, e ainda passar todo o processo de cuidados para uma criança real.

Há condições patológicas e psíquicas? Com certeza, mas não é o caso da maioria.

O mesmo diagnóstico pode ser dado aos homens que procuram “bonecas sexuais de silicone” para satisfazer seus desejos sexuais, e das mulheres tambem que usam membros masculinos de silicone, vibradores etc. Alguns homens e mulheres que recorrem a isso, tem dificuldades de se relacionar, tem problemas emocionais e relacionais, mas a maioria está a procura de prazer em satisfação rápida. Outros estão querendo satisfação sexual sem o envolvimento que uma relação verdadeira exige.

Ou seja, esse movimento “reborn” indica nosso sintoma de uma necessidade de espiritualidade profunda, um novo nascimento espiritual, e virtudes que só Deus pode dar. O ser humano precisa de transformação. Nossos relacionamentos precisam ser transformados; nossas emoções precisam ser remodeladas; nossa psiquê, espiritualidade e moralidade precisam do poder regenerador do Deus Espírito.

O diagnóstico de Deus já existe para nós humanos. O laudo Divino diz - "nos últimos dias sobrevirão tempos difíceis. Pois os seres humanos serão egoístas... mais amigos dos prazeres do que amigos de Deus" 2 Tim. 3:1 e 4. Entenda, egoísmo e busca de prazaeres, esse é o mal dos humanos. Mas a fórmula de Deus é que sejamos pessoas altruístas, e que busquemos beneficiar os outros, servir as pessoas.

Deus dá o diagnóstico mas oferece também o tratamento – “não vivam conforme os padrões deste mundo, mas deixem que Deus os transforme pela renovação da mente, para que possam experimentar qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” Romanos 12:2.

 CONCLUSÃO

Procure se relacionar com Deus; religião é relacionamento com o Criador. Só Ele pode nos regenerar, e mudar o curso da humanidade. 

O que será de nós humanos, se continuarmos sem Deus, sem religião e sem o Seu poder transformador?

O SÁBADO E A ESCATOLOGIA

Por que o sábado é tão importante nos eventos dos últimos dias?

Deixe-me compartilhar com vocês alguns pensamentos sobre o alto significado do sábado no final do conflito cósmico.


O sábado e o amor de Deus

O sábado é o único mandamento que identifica Deus com base em duas de Suas atividades: Criação (Êx 20:8, 11) e redenção (Dt 5:15). Ambos são, como o evangelho, o resultado da obra do Filho de Deus (Jo 1:1-3, 14; Rm 3:23, 24). Criação e redenção constituem as duas manifestações mais poderosas do amor divino conhecidas por nós. A criação foi uma expressão do amor e da sabedoria divinos (por exemplo, Gn 1:31; Sl 19:1; 8:3-6; 1 Jo 4:8, 16), e a redenção é a expressão mais gloriosa do amor abnegado divino (Jo 3:16; 10:17, 18). Deus também nos deu o sábado para nos lembrar que Ele é um Criador amoroso. O querubim caído tentará silenciar o testemunho do sábado para a criação como o primeiro ato do amor divino e do evangelho da salvação por meio do amor sacrificial de Cristo. 


O sábado e o caráter de Deus

Como o Decálogo é uma expressão verbal do caráter de Deus e o sábado é parte dele, uma mudança na lei moral é, na verdade, um ataque contra a integridade e a perfeição do caráter de Deus. Qualquer modificação da lei moral de Deus implicaria claramente que a lei, e mais especificamente o Legislador, é imperfeita. Consequentemente, seria legal e moralmente justificável desobedecer a uma lei tão imperfeita. Ao mudar o sábado do sétimo dia para o domingo, o querubim caído esperava desacreditar o caráter de Deus e manifestar sua autoridade sobre a lei. Quando os humanos reconhecem sua autoridade ao aceitar a mudança e obedecer ao novo mandamento, eles se submetem a ele como o verdadeiro legislador. 


Sábado e Adoração

Uma mudança no quarto mandamento resultaria na adoração de um Deus falso. O dia de sábado é um dia sagrado durante o qual os humanos têm comunhão e adoram o Criador e Redentor (por exemplo, Isaías 66:23). O querubim caído modificou a lei ao mudar o mandamento no qual a lei e a adoração estão profundamente interconectadas. Com uma mudança (no quarto mandamento), o querubim caído procurou desacreditar o caráter de Deus e se tornar o objeto de adoração. A raça humana deve ser lembrada de que o sábado é um sinal do poder criativo de Deus e que, como tal, Ele é o único e exclusivo objeto de adoração verdadeira. Os humanos devem ouvir novamente uma proclamação do evangelho da salvação pela fé em Cristo que não se oponha à lei de Deus. A perpetuidade da lei deve ser proclamada como evidência da salvação pela fé em Cristo que nos move a nos curvar diante do Criador e Redentor em adoração sincera.


O sábado como um sinal de lealdade

A singularidade do sábado o transforma em um sinal de lealdade a Deus. Na língua hebraica, o Decálogo consiste em 152 palavras (Ex. 20:3-17). Em seu centro, encontramos a declaração "Mas o sétimo dia é um sábado de/para/pertencente a Yahweh". Esta frase se tornou uma questão de debate na história da guarda do sábado. A especificidade do "sétimo dia" perturbou o mundo cristão, e foi finalmente removida, argumentando que "o sétimo dia" é um componente ritual no quarto mandamento sem qualquer valor para os cristãos. No texto bíblico, a especificidade do mandamento equivale a um sinal de lealdade a Deus (Ex. 16:23-30). O querubim caído se opõe ao sinal do fim dos tempos de lealdade a Deus, mas, paradoxalmente, oferece a todos um falso sábado específico como um sinal de lealdade a ele (Ap. 13:16).


Fonte: Adventista Review (Angel M. Rodriguez)